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Fotografia

  • Foto do escritor: Eduarda Balestrin Adriano
    Eduarda Balestrin Adriano
  • 13 de jun. de 2022
  • 5 min de leitura

Atualizado: 24 de jun. de 2022

Quanto vale uma memória?


O poder da fotografia em nossas vidas

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Um pouco da minha vida e trajetória


Sempre me senti fascinada por fotos. Desde que eu me lembro. Ficava horas olhando fotos dos meus pais, e das pessoas, e criando histórias na minha cabeça sobre o dia e o momento em que elas aconteceram. Adorava "viver" aqueles momentos através das imagens.


Eu pititiquinha com cara de quem iria aprontar,


Isso sempre me moveu.


Gostava que as pessoas me mostrassem as suas fotos antigas, me contassem as histórias por trás delas. Eu amava aquilo/ amo isso.


Amava quando meu pai comprava filme de 24 poses (nos primórdios tínhamos que nos conter e segurar o dedo para fotografar) e fotografava nossos momentos, nossos dias juntos, minha infância... Tudo isso é muito nostálgico.


Meu pai todo bonitão, adora estar numa foto.


Meu pai e minha mãe são surdos. Igual ao filme CODA (2021), sabe? Eu sou a filha de pais surdos. Meu pai sempre amou fotografia e sempre foi um excelente fotógrafo, na minha humilde opinião. Acho que por que a imagem sempre foi uma forma de comunicação para eles, o que vai além das "palavras ditas". Dessa forma eu me conectava.

Meus pais segurando uma bochecha com um bebê, Eu mesma.


Talvez isso tenha aguçado meu lado observadora.


Quando criança sempre fui muito tímida, mas muito criativa. Eu lembro que eu brincava por muito tempo sozinha e criava muitas histórias, e cenários, e brincadeiras. Eu ia longe!


Lembro que uma vez meu pai me deu uma câmera analógica, que não funcionava mais, e eu fiquei o dia inteiro brincando de fotógrafa. Tenho essa memória bem vívida em mim.


Aliás, meus pais são minhas maiores inspirações. Meus exemplos de vida. Mesmo em tamanha adversidade, eu não poderia dizer sequer uma palavra negativa sobre a minha criação. Tenho os pais mais amorosos de todos! Além de serem meus maiores fãs e meus maiores incentivadores na criatividade. Ambos tem um lados artístico e criativo muito forte. Eles são parte de quem sou e o que sinto por eles vai muito além das palavras GRATIDÃO & AMOR - e se deixar vou longe nesse tópico.


A prova de que meu pai sempre foi um excelente fotógrafo.


A adolescência nunca é uma fase fácil.


Mas com certeza as amizades que levamos tornam o caminho mais leve. Tenho muito orgulho de dizer que tenho apenas amizades de longa data.

Desde criança eu e a Pâm, minha BFF de carteirinha, criávamos muito (aprontávamos às vezes, vai)! E quando ganhei minha Sony Cybershot (sonho de qualquer adolescente dos anos 2000) rendeu boas histórias e boas risadas.

Eu e Pâm desde sempre.


Mas e quem vive de fotografia?


Aparentemente não era algo pensável ser fotógrafo como profissão... Ou assim as pessoas pensavam, ou assim eu mesma me deixei pensar - isso ficou dentro de mim por muito tempo e eu acreditei.


Bora então fazer uma faculdade. E qual a faculdade dos indecisos?


Administração.


Passei no vestibular da federal e ingressei no curso de Ciências da Administração em 2010. Apesar de aquilo não mexer nem um pouco com meu coração, ou me fazer sentir viva e com propósito, posso dizer que foi umas das melhores fases da vida.

As amizades que fiz, as pessoas que conheci e o tanto que cresci pessoalmente, e profissionalmente também. Coisas que a gente só aprende, só evolui, quando sai totalmente da nossa zona de conforto.

Agora sim um diploma para pendurar na parede - e empoeirar.


Eu amava aquele ambiente, aquelas pessoas e tudo o que vivi. Sou grata por essa fase da vida e também faz parte de quem eu sou hoje.

Mas não era isso que fazia sentido aqui dentro de mim.


Mas ai tem que trabalhar, né? Não é aquele negócio de ser "adulta"?


A gente, ou pelo menos eu (espero que não seja somente eu) sai da faculdade me sentindo completamente despreparada para o ambiente corporativo. Aprendi na marra. Ainda que com excelentes colegas de trabalhos e chefes (uns não tão legais assim), que me fizeram evoluir e fortalecer o meu psicológico, não era algo que me movia.


Mas e agora? A vida é isso? Esperar a sexta-feira?

Não pode ser... Tem mais na vida que isso!


O que me fez refletir...


Mesmo na faculdade eu fiz uma disciplina de fotografia, o que só alimentava o que eu tinha aqui dentro. Comprei minha primeiro câmera profissional usada..,

Nunca deixei de fotografar. Isso sempre fez parte de mim. Sempre amei olhar fotos e imagens e me imaginar longe, pelo mundo, com uma câmera: só eu e minha câmera.


Euzinha feliz da vida em uma prática no curso do SENAC - foto da colega Dani.


Quando a gente encontra pessoas certas.


A Nanda foi essa pessoa pra mim. Minha irmã de alma. Amiga desde os 15 anos, minha fã de carteirinha (e também do me pé - aqui é outra história, risos) e uma das pessoas mais inteligentes que já conheci na minha vida. Ela sempre viu potencial em mim, sempre acreditou em mim mesmo quando eu mesma não acreditava.


Ensaio lindo, ao pôr do sol em um pasto ao lado da casa da Nandinha.


"Vai fazer o curso sim, Duda!" , quando estava na dúvida sobre o curso de fotógrafo do SENAC.

"Anda, vamo logo comprar essa câmera, eu te ajudo", foi comigo comprar minha câmera, me ajudou a pechinchar e tudo (bicha boa na negociação).

Minha primeira modelo.

É tanto que tenho pra falar sobre ela que não caberia nem em todos os livros do mundo.


Ela faz parte de quem eu sou.

Prática de estúdio com a melhor modelo de todas.


Mas e agora, eu sou fotógrafa?


Vamos lá. Recapitulando: me formei em ADM, trabalhei por alguns anos em alguns locais... E, depois de várias crises de ansiedade e uma leve depressão, resolvi pedir demissão do meu último emprego e "ir com medo mesmo" atrás daquilo que me motiva.


Então, sim, eu sou fotógrafa - coro de aleluia ao fundo.


Para mim a fotografia tem esse poder.

Contar histórias.

Guardar memórias.

Matar a saudade.

Ou simplesmente ver "o belo" - um conceito um tanto abstrato, mas ainda assim válido, pois ver "o belo" com os olhos de outras pessoas é sempre incrível.


Ilha do campeche ao fundo e eu sendo feliz com o que eu amo.


E o quanto vale uma memória?


Vale o amor, vale a vida vivida, vale a passagem, vale a trajetória, vale cada segundo aqui nesse plano!


--


Por fim, além da minha família, dos meus pais, agradeço hoje ao meu marido, que é, e foi, uma das figuras mais importantes na minha jornada. Amor da minha vida, me apoia e me incentiva em todas as decisões que eu tomo e é feliz junto comigo nesse caminho.


Meu marido lindão - fiz esse registro em uma das nossas viagens.


Também a Tai e a Ana, minhas amigas zero defeitos (de alma, e de aparência também) que sempre me apoiaram, serviram de cobaia e estiveram junto comigo.



A todos os meus clientes que fizeram minha vida ter mais sentido através da fotografia.


Agradeço, de todo meu coração.


E para você: quanto vale uma memória?


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